
A BBom teve as contas bloqueadas pela Justiça Federal por suspeita
de ter constituído uma pirâmide financeira. A liminar – decisão
temporária – foi expedida nesta quarta-feira (10). A empresa, que tem
cerca de 300 mil associados, é a segunda a ter as transações financeiras
suspensas por esse motivo nas últimas 3 semanas.
Ao todo, foram congelados R$ 300 milhões e a transferência de
quase cem carros, dos quais duas Ferraris, um Rolls Royce e quatro
Lamborghinis, segundo o procurador da República Helio Telho, um dos
responsáveis pela ação.
Os pagamentos aos associados – como são conhecidos os revendedores da BBom – devem ser prejudicados pela medida, afirma Telho.
A decisão atinge as contas da Embrasystem, que usa os nomes
fantasias BBom e Unepxmil, e da BBrasil Organizações e Métodos LTDA, bem
como os bens dos sócios proprietários de ambas.
Em entrevista ao iG ?, o diretor da BBom, Ednaldo Bispo, afirma não
ter tido ainda acesso à decisão, mas nega irregularidades e diz que os
pagamentos da empresa aos seus associados continuam normalmente.
"Eu penso que o nosso modelo [ de negócios ] não foi devidamente
esclarecido. E eu até entendo a posição da Justiça. A gente não gosta,
mas entende", afirma Bispo. "Vai ser a grande oportunidade de mostrar
como [ a empresa ] funciona."
Empresa não tem aval para vender rastreador
A BBom informa ser o braço da Embrasystem que comercializa produtos e serviços oferecidos pela empresa por meio de marketing multinível –
um modelo de varejo que premia os vendedores pelo desempenho de outros vendedores que atraem para a rede. O principal serviço, segundo Bispo, é o de rastreamento de veículos.
A BBom informa ser o braço da Embrasystem que comercializa produtos e serviços oferecidos pela empresa por meio de marketing multinível –
um modelo de varejo que premia os vendedores pelo desempenho de outros vendedores que atraem para a rede. O principal serviço, segundo Bispo, é o de rastreamento de veículos.
A juíza susbstituta da 4ª Vara Federal de Goiânia, Luciana Laurenti
Gheller, porém, considerou que os pagamentos feitos a cada participante
da rede "depende[ m ] exclusivamente do recrutamento feito por ele de
novos associados", de acordo com nota divulgada no site do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A BBom cobra dos revendedores
taxas de adesão que variam de R$ 600 a R$ 3 mil.
"Na verdade é um esquema de pirâmide disfarçado de venda de serviço
de rastreador por satélite", diz Telho, da Procuradoria da República em
Goiás. "Esse esquema da BBom, como era o da Telexfree , era disfarçado.
Você ganha dinheiro não por comissão de venda de rastreador, mas por
pessoa que você coloca [ na rede ]."
A juíza também apontou como evidência o fato de a Embrasystem não ter
autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para
comercializar os rastreadores de automóveis. O diretor da empresa afirma
que o aval não é necessário.
"A empresa que presta o serviço de monitoramento não precisa de
homologação, mas o equipamento, sim. Nós temos todas as homologações
[ do rastreador ] feitas diretamente no fabricante."
Bispo afirma ainda que o faturamento da BBom é composto da venda
de rastreadores e, no longo prazo, dos serviços de monitoramento.
Segundo o procurador da República, o aumento expressivo no faturamento da BBom nos últimos meses também chamou a atenção.
"A empresa faturava R$ 300 mil no ano passado e em março [ de 2013 ] foram R$ 100 milhões. Uma coisa absurda", afirma.
Segundo o procurador, além da investigação que levou à liminar
concedida nesta quarta-feira (10), um inquérito criminal será aberto
para apurar a ocorrência de crime contra a economia popular,
desenvolvimento clandestino de atividades de telecomunicações, crime
contra o consumidor e a ordem econômica, lavagem de dinheiro e evasão de
divisas.
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